O autor domina com perfeição seu ofício, através da qual se inscreve na vertente da melhor poesia brasileiraDrummond, Cabral, Bandeira; mas seu domínio técnico não esfria nada. Economia sem assepsia: aqui o leitor sente que a elegância não resulta de um comprometimento prévio do poeta com qualquer convenção de bom gosto. E abre o leque de múltiplos sentidos, numa poesia que não se entrega fácil, não explica, não sacia: excita a fome. Maria Rita Kehl "Poeta substantivo, como assinala Silviano Santiago, Armando tem a sabedoria de não ser frio. Às vezes dói, na desamparada pergunta do poema dedicado à memória de Ana Cristina César. Mas também pode reluzir, cintilante e frágil, ao falar de tudo o que ficou na beira da taça/ que não suporta mais/ sequer um riso/ pois todo cristal está sempre/ na iminência de partir."Caio Fernando Abreu