Palavração é um extravasamento do autor diante de um choque de realidades intrínsecas - de um lado, a sua, pessoal, e de outro, a de sua cidade de origem, depois de trinta anos de ausência. Religião, misticismo, ciência, comportamento, trabalho, consciência, evolução, etc, tudo misturado, amalgamado e apresentado como tal, sem preconceitos, sem tabelas ou fórmulas mágicas; numa linguagem despretensiosa e, igualmente misturada, ora mais culta, ora mais popular, assim mesmo como se nos apresenta a vida. Diante de um momento tão especial, tão rico e tão transformador - utilizando-se dos recursos disponíveis - o autor lança mãos à "obra" deixando fluir esse abraço entre o íntimo e o outro, promovendo uma verdadeira dança das palavras onde o personagem se dilui, se transforma, se transmuda sempre num novo alguém; propondo, Palavração, desse modo, que a vida não morre nunca e que sempre podemos nos ultrapassar, evoluir. E que tudo isso pode e deve ser feito conscientemente e sem medo; ou se enfrentando com ele, eventualmente, mas dominando-o, vencendo-o. Sempre. Sempre. Sempre. Aos que se resolverem a encarar o espelho, uma boa leitura!