À primeira vista, este é um livro dois em um, que traz, de um lado, o inédito O Pior de mim e, do outro, a nova edição de Uma vida inventada. É isso, sim, mas não só. Os dois textos se encontram ainda em várias camadas: nas páginas finais que praticamente se tocam; nas narrativas, que se complementam; na mistura entre literatura e vivência, verdade e imaginação, no jogo de esconder e revelar que se estabelece com o leitor. Ao contar a história de duas meninas em suas jornadas de descobertas, a atriz e escritora Maitê Proença utiliza um material que conhece bem: sua própria vida. Nem por isso a realidade tem um peso maior que a fantasia nessa narrativa dupla e voluntariamente dúbia. Publicado originalmente em 2008, Uma vida inventada é ficção sem ilusão: nem tudo é claro, mas não há nada a esconder. Já em O pior de mim, a autora retoma a história de uma das meninas, que supostamente poderia ser lida como seu alter ego.