O mundo que não cabe no mundo, a poesia infindável que não cabe na terra. Por isso é semeada, brota, cresce, é arrancada, é devorada, é expulsa e volta para onde veio, assim como todos nós. Nessa ritualística de tudo, pela qual todo ser humano anseia, indomáveis almas selvagens que almejam a conexão crua com a origem de si, Carolina Carvalho faz sua poesia. Sua música, seus contos, sua prosa, seu traço, suas palavras, sua voz, é tudo fruto da memória que a autora cultiva na terra. Desde pequena, Carolina se envereda por diferentes tipos de expressão artística. A latência do misto de suas dores e alegrias sempre se fez urgente, e rapidamente se transforma em suas criações. Na suavidade da voz serena, Carolina se prostra diante da obscuridade do luto quando reencontra sua terra e sente sob o corpo o galope de seus cavalos. Na beira de um lago, versa sobre o verde denso, sobre a roça, os animais, o amor, a infância, o silêncio que escancara o grito da dor geracional e universal(...)