Desde que o Homem-Deus passou por nossa terra e conclui seus dias com o sacrifício da salvação na cruz, teve início aquela celebração que, a partir de então, passa por todos os séculos e países como presença misteriosa de sua autoentrega universalmente salvífica, e que nunca cessará, até que ele volte. Em repetição infinita, ora no silêncio de uma pequena capela, na simplicidade de uma igreja rural, em todo lugar realiza-se, dia após dia, o mesmo mistério. O próprio Cristo deu somente o cerne inicial da celebração. O estojo precisava ser criado pelas pessoas humanas. Foi a Igreja que o criou, lentamente, tanto no conjunto quanto nos detalhes dos distintos elementos dos quais a liturgia da missa se compõe. Missarum Sollemnia constitui um excelente "vade-mécum" para compreender como a Igreja desenvolveu, ao longo dos séculos, esta tarefa de dar forma concreta ao Dom recebido e acolhido.