Até hoje figuração e abstração são opostos, que sustentam muitas iniciativas e divergências em matéria de arte. Neste livro são tratadas como itens e índices de mudanças profundas e duradoras que impactam artistas, suas práticas e obras, e indivíduos e instituições vinculadas a elas. Embora focando o Brasil e recortando o período que se inicia com o fim da Segunda Guerra e o começo da décadas de 60, a antropóloga Patrícia Reinheimer apresenta, com descrições minuciosas, as extensões das origens e desdobramentos desse embate para outros espaços sociais e momentos, e para valores, ideias, conflitos e discursos por conta dos quais figuração e abstração fazem sentido. Conduzidos pela análise do caráter figurativo da obra do pintor Candido Portinari e da afirmação da oportunidade do uso da Abstração na arte feita pelo crítico Mário Pedrosa, Patrícia Reinheimer nos coloca em contato com esses personagens especialíssimos, e com a antropologia e a sociologia que também se perguntam sobre o significado da arte.