Identidade e aposentadoriaAutor: Santos, Maria de Fátima de SouzaIsbn: 85-12-64820-1 O estudo da aposentadoria é um campo relativamente novo, sobretudo na área de psicologia. A bibliografia da qual se dispõe é limitada, na maior parte dos casos, a contextos sócio-culturais específicos como os da Europa e Estados Unidos. Estas teorias são válidas para os países em vias de desenvolvimento? O trabalho tem o mesmo significado nesses países? Como se manifesta o fenômeno da aposentadoria no caso de países como o Brasil? A aposentadoria acarreta uma reestruturação da identidade pessoal na medida em que ela representa um questionamento do lugar do sujeito no sistema de produção e de sua implicação no papel profissional. Assim, a perda do papel profissional não apenas evidencia as diferenças sociais que tornam possíveis certas estratégias de ação com relação ao período de não trabalho, mas permite, igualmente, compreender as diferenças individuais no que concerne ao grau de investimento do papel profissional e à importância deste papel na construção da identidade pessoal. Para esta obra foram entrevistados 100 brasileiros, aposentados e de diferentes profissões. Observou-se que a crise de identidade na aposentadoria é influenciada pelo nível sócio-econômico do sujeito, sua relação com o trabalho e o tempo livre. Vale ressaltar que os sujeitos são predominantemente masculinos, enquanto as mulheres, em sua maioria, vivem a aposentadoria como um momento de liberdade e auto-realização.