No livro O currículo como máquina abstrata de rostidades, o autor propõe uma reflexão sobre o que os currículos, que se criam e recriam nos cotidianos escolares, produzem na contemporaneidade democrática neoliberal. Partindo de sua imersão em um grêmio estudantil de uma escola pública de Santa Catarina, no qual buscou dar visibilidade aos contornos de um currículo em acontecimento, problematiza a produção subjetiva que tal currículo engendrava. O referido currículo produzia determinado tipo de sujeito e o convertia em modelo. Concomitantemente, codificava as desvianças deste modelo em uma identidade oposta, originando um binarismo do tipo normal-anormal, como o que verificamos no duplo bom aluno-mal aluno. A partir disso, o autor desenvolve o argumento de que o currículo do grêmio estudantil operava como máquina abstrata de rostidades instaurando uma rostidade elementar, detectando suas desvianças e as codificando em uma rostidade correlata. Uma vez estabelecida a rostidade (...)