Em O lírio do vale, publicado originalmente em 1835, Balzac resolveu debruçar-se sobre uma mulher-protagonista que fosse "possuidora de todas as virtudes". Assim, ele criou a condessa Mortsauf e seu trágico destino de amar a Félix Vandenesse sem jamais ceder a consumação carnal de seu amor, mantendo-se portanto digna de seu marido, o truculento conde Mortsauf. Um exasperante amor platônico que tem seu destino trágico, como se Balzac quisesse, ao final, expressar seu profundo ceticismo em relação à virtude cristã. Escrito como uma carta à condessa de Natalie de Manerville, Felix relata sua infância infeliz e a enorme paixão pela condessa com todos os seus desdobramentos. Considerado por vários estudiosos como um dos principais romances balzaquianos, O lírio do vale prende o leitor da primeira à última página.