Maristela tinha apenas oito anos quando presenciou a própria mãe, a então desconhecida poeta Olívia Guerra, saltar da varanda do apartamento onde moravam. O tempo passou e hoje Olívia é celebrada veementemente. Seus livros inspiram teses acadêmicas, seu rosto ilustra canecas, seus versos estampam camisetas. Herdeira do espólio literário da mãe, Maristela vive dessa comoção, que desperta nela os sentimentos mais duros e angustiantes. Assim, quando um editor a convida a escrever um prefácio para uma coletânea inédita de poemas de Olívia, ela aceita, mas recusa-se a entregar um texto tradicional: com mais de cem páginas, o prefácio de Maristela revela outra face da poeta tão admirada. Em linhas repletas de amargura, vamos aos poucos descobrindo uma mãe que não se encontrava no papel de esposa e cuidadora, muito menos se adequava ao mundo racional, mas que tentava. E uma filha para sempre traumatizada, incapaz de amar e sedenta por amor. Neste livro visceral, Liana Ferraz fala [...]