No decorrer da história do teatro, várias experimentações são feitas no sentido de deslocar a ação cênica para um espaço não concebido como edifício teatral. Desde o começo do século passado, diretores adotam a prática com o intuito de causar estranhamento, alterar e expandir possibilidades de leitura de textos dramáticos. Nos espetáculos analisados por Evill Rebouças, o espaço é fator preponderante nesse universo de descobertas e é sempre explorada a tensão entre a semântica própria de cada lugar e a proposta fabular que se opõe ao significado histórico entranhado naqueles locais. O autor se apoia em áreas complementares de pesquisa; recorre, por exemplo, à topofilia para fundamentar o seu discurso, o que enriquece seu estudo, pois são extrapoladas as fronteiras dos estudos específicos sobre o teatro. Este livro contribui para experiências futura s que visem a uma práxis fundamentada em conceitos mais amplos do fazer artístico hoje.