O presente livro de Deribaldo Santos reflete a busca da resposta teórica mais elevada possível às angústias e questionamentos sobre a educação - geral e profissional - disponibilizada ao trabalhador brasileiro, que seu autor foi mapeando ao longo de sua trajetória de trabalhador-estudante e estudante-trabalhador, desde seus mais verdes anos. Sensível e atento, Deribaldo, aportou, por um trançado complexo de acasos e escolhas, no solo da crítica classista casada à perspectiva do marxismo ontológico e, após incursões investigativas na esfera do ensino médio técnico, passou a esquadrinhar, sob o mesmo prisma de análise, as determinações que teriam feito erigir-se no Brasil, um ensino tecnológico de nível superior, de caráter rigorosamente não universitário, conforme assevera o autor. Sem perder de vista a totalidade como categoria primordial, o autor trilha, acertadamente, o caminho das mediações, tentando, por princípio, situar a educação em face das prerrogativas do trabalho estranhado, particularizando, adiante, os vínculos entre o fenômeno afeto à expansão das instituições de ensino superior, nos moldes dos cursos tecnológicos e os ditames do grande capital globalizado da contemporaneidade. Por sobre o reconhecimento da degradação que, sob o imperativo da crise estrutural, aflige o ensino em qualquer nível, circunstância ou modalidade, Deribaldo vai assumir o axioma de que o dualismo - escola para a elite versus escola para o trabalhador - que marca a ferro a educação sob o capital, vai ganhar expressão privilegiada no interior do ensino superior, em cujas fileiras, ingressa o trabalhador, para deparar-se com um curso de graduação menor, mais aligeirado e imediatista, além de acoplado a um arremedo de qualificação tecnológica.