O tédio das tardes sem fim “Quando menino, tive oportunidade de me entediar. Não tinha escola depois do meio-dia e na minha casa não havia telas, nem de televisão. Tive que aprender a usar os tesouros da imaginação para inventar brincadeiras e passatempos. Guardo desses dias imóveis a lembrança de um período encantado em que pude encher até a borda a caixa-forte do meu imaginário. O tédio das minhas tardes de infância era uma viagem em que o tempo me pertencia, um espaço onde eu fabriquei imensos sonhos, um mundo sem começo e sem fim, como uma frase que termina em três pontinhos de reticência...” O escritor e compositor Gaël Faye rememora seus dias de garoto no Burundi neste poema ilustrado por Hippolyte, que é também uma ode aos tempos suspensos da infância, do encantamento e da fantasia. O tédio das tardes sem fim é o sétimo lançamento do Oh! Outra história, o selo infantojuvenil da Veneta. Sobre os autores: Gaël Faye é escritor e rapper.