Adepto de uma estratégia inusitada a de elogiar o vazio ao invés do cheio, a mobilidade ao invés da fixidez o arquiteto Carlos M. Teixeira propõe neste livro uma subversão do olhar voltado para a formação e o futuro das nossas cidades. O autor questiona os marcos e monumentos como formas estáveis da memória da cidade, e investe, precisamente, em seu contrário: na ausência de símbolos estruturados, na anti-construção e na complexa vitalidade daqui e agora. Ao tomar como ponto de partida a história descontínua da capital mineira, Teixeira flagra um processo inerente a quase todas as metrópoles brasileiras quiçá dos países emergentes, dilaceradas entre o apego a formas fixas, canônicas, e o desenraizamento total. Esse conflito, Teixeira transporta-o para a estrutura mesma do livro, cujo entrelaçar de textos e imagens se assemelha, em muitos aspectos, à complexa malha viária de uma grande cidade. [...]