O que sou? Fui um tirano, um guerreiro e um daqueles que tombaram no campo de batalha. Fui cristão, andarilho e inimigo de Deus. Mendiguei e matei, torturei e salvei, jurei lealdade e traí. Morri e retornei, e bebo sangue quente. Meu nome é Vladislaus, antigo príncipe da Valáquia, antigo comandante de exército. Chamado Kazîglu Bey, chamado Drácula, sou hoje muito mais do que fui. E também, talvez, muito menos. É assim que Drácula apresenta o relato memorialista de sua não-vida como vampiro, desde o instante de sua morte no campo de batalha, passando por suas conquistas, maldades, fracassos e momentos de raiva e fraqueza, até a aceitação plena de sua condição, o desenvolvimento de uma filosofia própria e de uma disciplina mística capaz de fazê-lo transcender o vampirismo, para não mencionar a fundação da misteriosa Ordo Dracul.