Armadilhas do tempo é uma travessia lúdica pela obra poética de Orides Fontela. As nuances dessa armadilha dividem-se em três movimentos. Laço mostra o tempo da escritora através da produção de seus livros. Logro astucioso verifica o lugar de embate com a linguagem e o movimento lúdico de construção e desconstrução, em que ela propõe despedaçar um mundo para adquiri-lo múltiplo. Por fios filosóficos, a armadilha torna-se gozo adquirido através da habilidade em enganar. Caímos no alçapão. Esculpir o tempo com Orides nos permite fabricar teias no emaranhado de um mundo veloz que nos captura a todo instante e tem a capacidade de transmitir, a cada momento, afetos tristes. Contra esse processo, pensar o estado de atenção como saída estética, de estilo, para potencializar subjetividades de um leitor em ação.