Quando alguém questionava Michel de Certeau a respeito de sua identidade profissional – intrigado com a sua maneira de transpor as fronteiras entre as disciplinas, de questionar os pressupostos e de pôr em prática os métodos das mesmas sem se deixar confinar nem se instalar aí permanentemente –, ele respondia que era um historiador, mais precisamente um historiador da espiritualidade. A própria natureza de seu objeto de estudo e a maneira como ele tinha se apegado à sua história haviam inspirado suas viagens: “Sou apenas um viajante.