Nenhum armamento, desde a invenção da bomba atômica, teve tamanho impacto na dinâmica dos combates. Simples, barato e confiável, o AK-47 é a arma de fogo em uso mais reconhecida no mundo: cerca de 50 exércitos a adotam. Além deles, é possível vê-lo nas mãos de terroristas, traficantes, rebeldes e milicianos. Seu disparo se tornou um dos mais emblemáticos sons em zonas de conflito. Mais que uma arma, um ícone, o AK-47 é o testemunho do espírito belicoso do ser humano. Virtualmente indestrutível, o AK-47 resiste à água, à poeira (um dos maiores inimigos das armas de fogo), ao gelo. Pode ser atropelado por um caminhão e mesmo assim voltar a atirar. Quase nunca emperra. Criado pelo russo Kalashnikov em 1947, daí seu nome, seu design se mantém quase inalterado e é um de seus grandes trunfos. Ele preenche o lapso entre a o rifle e uma submetralhadora ao manter a acuidade do primeiro e a mortalidade do último. Em AK-47, o jornalista Larry Kahaner conta a história desse instrumento letal e seu papel nas modernas operações militares e na estabilidade global. Revela, ainda, sua capacidade de influenciar eventos, seja a nível individual ou de amplo escopo. Também mostra como, com apenas 10 minutos de instrução, qualquer pessoa consegue operar um: fácil de usar, é o combustível que mantém prolongadas “pequenas guerras” na África, Ásia, América do Sul, e no Oriente Médio, e o crime doméstico quase que em toda parte. A cada ano cerca de 250.000 pessoas morrem por causa dele. Sem perder a mira, Kahaner analisa, em AK-47, o legado do AK — Osama bin Laden quis ser fotografado com o seu, rappers cantam em sua homenagem, vodkas recebem o seu nome, designers produzem móveis com suas formas — e como ele crescerá ao longo do século vinte e um.