O traço que sempre distinguiu Benedito Nunes no ambiente intelectual brasileiro foi a capacidade de aliar, com muita propriedade, a análise literária e a filosófica em uma mesma experiência de leitura e reflexão. Para o autor, literatura e filosofia não se curvam uma diante da outra, mas ambas cooperam, questionando-se e iluminando-se reciprocamente. Crivo de papel reúne quinze ensaios de Benedito Nunes. Alguns têm como centro a literatura (Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, historiografia literária do Brasil), enquanto outros põem em foco a filosofia e seus vínculos com a história, a teologia, a ética e a poesia. Em todos eles o leitor encontra a lucidez e a vitalidade, características de um autor que marcou definitivamente a cultura brasileira.