Ana vivia fugindo da memória, certa de que a felicidade exige o esquecimento. Evitava os riscos, as situações que pudessem reabrir alguma ferida. Até o instante em que se viu diante de uma situação inesperada e percebeu que não haveria saída. O passado ressurgia, intacto. A maldição lançada por uma escrava na fazenda de café da sua família, no século XIX, voltava a atormentá-la. Ela decide se isolar na casa de campo de uma amiga para escrever e, quem sabe, decifrar as origens daquela profecia que atemorizava as mulheres da família há cinco gerações. Escrevendo, talvez pudesse quebrar o efeito das palavras da sacerdotisa africana. Ou não haveria destino algum a ser vencido, e a tragédia que se anunciava seria apenas um fantasma da sua imaginação?