O sociólogo sueco Göran Therborn é responsável pela mais ousada análise da instituição familiar em termos mundiais das últimas décadas. Sua bem-sucedida proposta é comparar as mudanças ocorridas entre 1900 e 2000 nos principais sistemas familiares mundiais. Para a análise, Therborn destaca três grandes temas. Em todos, o leitor é confrontado com uma imensa massa de informações, de natureza diversa - jurídico-política, histórica, antropológica, demográfica -, por meio de um diálogo constante com a literatura especializada e com múltiplas fontes de dados. O primeiro tema é o patriarcado e os direitos relativos de pais e filhos, homens e mulheres. O segundo assunto investigado é o papel do casamento e do não-casamento na regulação do comportamento sexual e, em particular, dos vínculos sexuais. O último bloco aborda a fecundidade e seu controle. Trata-se de entender como um padrão de família pequena e nuclear, restrito à França e aos Estados Unidos no início do século XIX, dissemina-se por todo o mundo no século XX, em duas ondas sucessivas.