A publicação de Matarazzo ilumina a biografia de um dos mais importantes e instigantes personagens da história do desenvolvimento brasileiro. Nessa obra, dividida em dois volumes, Ronaldo Costa Couto apresenta o conde Francesco Matarazzo em todas as suas facetas, o que torna difícil, ao falar do clã, escapar dos superlativos. Patriarca de uma família de nove filhos brasileiros e mais quatro italianos, Matarazzo construiu o maior e mais diversificado império empresarial da América Latina, tornou-se referência essencial da industrialização brasileira e da imigração italiana, símbolo de sucesso e riqueza. Nos 55 anos de vida e trabalho no Brasil, Francesco acompanhou e participou de mudanças decisivas na sociedade e na economia. Algumas vezes foi protagonista. O país era quase exclusivamente agrário, quando ele chegou, em 1881. Importava até manteiga de leite e banha. Viveu intensamente e foi pioneiro e destaque na guerra pela industrialização. Criatividade, visão de negócios, arrojo e muito trabalho, aliados a muita sorte, levaram o pequeno comerciante italiano de Sorocaba a se tornar o maior empreendedor brasileiro do século XX. Para escrever Matarazzo, Ronaldo Costa Couto pesquisou e estudou a fundo a história da família, que contextualizou na história italiana e na brasileira. Durante cinco anos, gravou mais de 150 entrevistas, mergulhou em vasta bibliografia, vasculhou documentos no Brasil e na Itália. Tudo começou na pequena Castellabate, Província de Salerno, sul da Itália, onde Francesco Matarazzo nasceu. A travessia, primeiro volume da saga da família, parte da origem dos Matarazzo, a história italiana, a vinda de Francesco para o Brasil, os primeiros nove anos em Sorocaba, a mudança para São Paulo em 1890, a consolidação da fortuna, a afirmação como grande empreendedor e líder empresarial. Estende-se até 1911, ano de fundação das Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo-IRFM, que vão congregar centenas de indústrias e muitas outras atividades. O segundo volume, Colosso brasileiro, conta vida e obra de Matarazzo e família até a morte do patriarca e fundador do conglomerado, que parou São Paulo no início de 1937. A acelerada expansão e diversificação das indústrias e de outros negócios no país e no exterior, a consolidação da fortuna mítica, uma das maiores do planeta. Muita história do Brasil, muitas histórias de vida e episódios surpreendentes, pitorescos, engraçados. Seriedade, profundidade, diversão. O autor não se limita a falar de Francesco Matarazzo - por mais que essa biografia já exija fôlego. Ele vai muito além, e também traça perfis de outros Matarazzo, como Ciccilo, empresário industrial, mecenas e homem da cultura.