Sabe-se que do século XIX em diante, foi-se acentuando e aperfeiçoando tecnicamente o que hoje conhecemos como sociedade da imagem (ou sociedade icônica). Parecia que o subjetivismo dos pintores e escultores seria ultrapassado pela plena objetividade prometida pelas primeiras fotografias, as quais se assemelhavam a verdadeiros espelhos do mundo. Mas, como hoje sabemos, algo maior estava para acontecer e, com o evoluir dos tempos, aconteceu. O fato de a fotografia preencher tanto objetivismos quanto subjetivismos, na dependência de certas sensibilidades e técnicas. O fotojornalismo passou a trabalhar com formas de persuasão, com técnicas sugestivas; a fotografia artística mostrou ao mundo importante plêiade de "poetas do olhar e do sentir", sendo que outras modalidades fotográficas revelaram-se capazes de uma objetividade e precisão até então desconhecidas. Com o uso, por parte do cinema, de fotografias que, operadas sequencialmente, criavam o movimento, o mundo foi conhecendo documentários e narrativas que chegaram, hoje, a um grau extasiante de perfeição. Eis que, no âmbito dos exercícios fotográficos, podem ser abrigados todos: fotomaníacos apenas (especialmente com as facilitações digitais), fotógrafos profissionais de grande e de menor técnica, grandes artistas da fotografia e outros diletantes. Não se inventa um fotógrafo de arte, pois isto implicaria ensinar a ser artista - o que é inviável. Mas, de todo modo, é hoje possível que as escolas ensinem muito boa técnica. No presente livro, competente fotógrafo e professor, Flávio Shimoda (PUC de Campinas), tem a generosidade e a competência de explicitar as possibilidades dos recursos fotográficos aos que estão se formando em áreas de comunicação. Vê-se, o meio acadêmico e mesmo um inteligente público maior, muito auxiliado e estimulado com esta obra, ora dada a público pela Editora Alínea.