O que OS FILHOS DA CHUVA nos oferece é a visão da caminhada do Homem na Terra em busca da espiritualização, em busca do Criador, não sem antes passar pelos deuses arquetípicos. Neste livro narrador é um famoso professor universitário europeu, oculto sob o pseudônimo de Hans Weber, que sofre um acidente durante uma caçada. Algo fantástico ocorre: sua memória amplia-se prodigiosamente e penetra em suas vidas passadas. As reminiscências o perseguem, o confundem e angustiam. Aos poucos, porém, ele as vai colocando em ordem. Com que crueza de detalhes ele nos conta suas primeiras encarnações na pele de homens e mulheres primitivas! Deparamo-nos então nada mais nada menos do que com nossos ancestrais antropófagos (terrível assunto esse...), em épocas em que os homens pouco se diferençavam dos animais. Esquecidos dos deuses. Verdadeiramente filhos da chuva. Mas narração das diferentes encarnações se sucede, sem ordem cronológica, e o leitor vive cada uma delas, tal o seu realismo e o vigor. Luca de Tena nos leva aos maias, ciclo com a memória pungente de cego de nascença que teve sua visão restabelecida por Jesus Cristo.