De onde vem a voz da poesia? Essa é uma das questões colocadas por Giovanni Pascoli em O menininho e a ela retornará Giorgio Agambem, quase cem anos depois, em pleno século xx, justamente tomando este célebre ensaio de Pascoli como pretexto para suas reflexões. O menininho marca significativamente a passagem do século xix para o xx e suscita, como pontua Raúl Antelo, uma das mais poderosas reflexões contemporâneas sobre a arte e a morte. Assim, nessas páginas, mais do que pensar numa poética perfilada somente pela figura do menininho, o poeta e critico italiano deixa semi-aberta uma porta para o que há de mais inquietante, o próprio instrumento do poético, isto é: o pensar a língua e a voz na poesia.