Neste livro são discutidos processos lingüístico-cognitivos de surdos que se envolvem em interações sociais através da língua brasileira de sinais e da língua portuguesa (em diferentes níveis de capacidade de uso), além de participarem cotidianamente de práticas de comunicação que se compõem da superposição de sinais e fala. A autora busca problematizar as repercussões dessa complexa experiência de linguagem para a vida escolar do surdo, tão cheia de obstáculos, enfatizando as condições oferecidas por projetos educacionais que instrumentalizam os sinais mas não incluem o uso da língua brasileira de sinais no trabalho pedagógico. As discussões, que estão referenciadas na abordagem histórico-cultural em Psicologia, em especial no pensamento de L. S. Vygotsky, focalizam o papel da linguagem no desenvolvimento da pessoa surda e na formação de sua identidade. O texto destina-se tanto a educadores e pesquisadores atuantes na área da surdez, quanto a leitores que se interessam por questões gerais da constituição social dos processos humanos, sobretudo aquelas concernentes às relações entre linguagem e pensamento.