No longo processo de construção e de consolidação do campo psicanalítico, os desafios sempre constituiram estímulos ao desenvolvimento dos diferentes aspectos dessa prática: método de pesquisa, modalidade terapêutica e teoria metapsicológica. As modificações na configuração dos vínculos, a incidência da tecnologia no corpo, na saúde, na sexualidade e na prociação, enfim, todas as formas de manifestação do mal-estar na cultura a que assistimos hoje em dia falam de uma profunda transformação das "velhas formas de viver", que marcarão os diversos aspectos de nossa prática ao longo deste novo século. Identificar o lugar da psicanálise nesta nova configuração é um desafio quando se exige das tecnologias que incidem sobre o psíquico e o corporal capacidades e sobretudo uma eficácia que merecem um questionamento não somente em nome de uma consciência dos limites do psíquico, como também de uma ética das práticas da saúde. Esta é, talvez, a principal questão que se coloca hoje ao movimento psicanalítico. O Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, engajado como partícipe ativo deste desafio, procura, neste livro, trazer uma parte de sua contribuição.