Para Itamar Vieira Junior, o romance intensamente poético de Schwarz-Bart revela uma cosmovisão de mundo profunda narrada com grande paixão. Para ele, a narrativa dessa linhagem de mulheres carrega a história de um continente inteiro. Télumée carrega consigo o conhecimento de um ambiente complexo e das armadilhas que lhe reservam a persistência da espoliação colonial e da lógica patriarcal. A sabedoria vem de uma linhagem feminina que remonta a sua bisavó. São quatro gerações de mulheres fortes, determinadas e forjadas por uma história de adversidades. Das agruras de suas relações muitas vezes brutais com os homens, Télumée encontra alívio na relação com a feiticeira man (madame) Cia, a madrinha que teria poderes extraordinários como se transformar em animais. A jovem negra se cerca de um panteísmo animista que dá o romance também o caráter de uma jornada espiritual.