Com seu humor melancólico e, ao mesmo tempo, brutal em sua franqueza, Chester Brown retrata aqui a história de sua adolescência e seu secreto "romance" com a revista Playboy. Uma história de amor, de culpa e de ódio por uma revista. Seu desenho delicado, enganadoramente ingênuo, e a sutil ousadia do projeto gráfico de suas páginas conseguem, como apenas os mestres conseguiram, retratar o silêncio. Chester Brown usa o nanquim preto como músicos usam o silêncio. Se sua s páginas têm pouco quadrinhos -dois ou três- cada centímetro delas ajuda a contar a história. E faz com tenhamos a certeza que tal história só poderia mesmo ser contada na forma de quadrinhos. Explorando de maneira até cruel os mais íntimos detalhes de sua própria vida pessoal, Chester Brown acaba revelando talvez algo mais. "Brown põe seu dedo nos mais assustadores detalhes das funções corporais e preconceitos raciais sobre os quais são fundadas religiões e civilizações.", diz o The Village Voice.