O livro que você tem em mãos é de uma delicadeza violenta. Natasha é Natasha em Desmantelo e, por isso mesmo, pode ser qualquer mulher, mãe, filha ou neta. Neste livro-diário, em que a acompanhamos dos 29 aos 34 anos, vamos nos sentir estrangeiras na cidade grande e perceber que alugar um apartamento é também alugar os vizinhos, as baratas e os territórios em volta. Cada pedacinho deste livro vai te despertar para uma sensação. A dor e a delícia de cuidar de meninos, as dificuldades dos pequenos e às vezes enormes afazeres domésticos, o desconforto no emprego novo, muitas saudades, medos, mas também muitos sorrisos. A prosa de Natasha nos conta de um amor que brota do banal e que, se não o cultivarmos todos os dias, murcha, quase morre, mas ainda pode resistir (porém como voltar a florescer?). Desmantelo é a beleza e a feiura da vida de cada uma de nós.