Seria possível que um leitor parisiense, lisboeta ou fluminense tivesse acesso quase simultâneo às mesmas estampas em pleno século XIX? Contrariando nossas expectativas, Tania de Luca mostra que sim: o diálogo cultural e simbólico era intenso e rápido, muito mais do que imaginaríamos, numa riqueza e diversidade impressionantes. Sua obra convida a rever velhas noções de recepção passiva e influência, bem como todas as metáforas associadas ao espelho e ao reflexo quando se pensa nas distâncias culturais entre a Europa e nosso país. Aqui, o que iremos ver são trocas nos dois sentidos, com apropriações, reapropriações e criações múltiplas, num cenário tão profícuo quanto seminal.