Pentecostalismos em Movimento:o (não) lugar religioso na modernidade tem como premissa o fato de que as novas formas de pentecostalismo estão condicionadas à modernidade religiosa. Não pretendemos analisar aqui os processos históricos que envolvem o desenvolvimento do pentecostalismo e muito menos suas categorizações interpretativas ¿evolutivas¿. Nosso intuito será compreendê-lo enquanto habitus, a moda Bourdiana, que imprime nos corpos uma conduta ética que independe do lugar tradicional para ser observada. Ou seja, o poder da ética pentecostal nos corpos dos sujeitos ultrapassa o universo da igreja física. O culto do trem, que não pretende ser extensão das igrejas assembleianas, mas o é pela força dos sujeitos, acaba reproduzindo por meio desta ética pentecostal suas formas de pentecostalismos! O surgimento de um culto religioso no trem pode ser caracterizado enquanto expressão desse campo religioso secularizado, desencantado e destradicionalizado. Neste caso, o lugar sagrado é caracterizado pelo agrupamento de indivíduos motivados por objetivos comuns em torno de uma possível identidade pentecostal, e não exclusivamente pela dominação tradicional. Os interesses que minam do grupo podem variar de acordo com a necessidade dos sujeitos, dada a transitoriedade que enfrentam neste campo religioso. A realidade cúltica nos trens de São Paulo traz em seu bojo as novas tendências religiosas da atual configuração social. Demonstra o que representa para os sujeitos as novas concepções de espaço, convivência e até mesmo identidade.