Lá vem a Dora, a simpática." Assim Dora era conhecida e rotulada entre o seu círculo social. Título que ostentava com orgulho já que, a seu ver, encobria sua possível ausência de outras qualidades. Como muitas garotas na fase da puberdade, é uma verdadeira missão para a protagonista do novo livro de Drica Pinotti querer ser popular para ter um milhão de amigos e garantir uma agitada vida social, mas, ao longo da história, a personagem vai aprender dicas valiosas sobre popularidade, autoestima e como identificar as verdadeiras amizades. Na mitologia grega, Pandora, ao abrir uma caixa enviada como presente, espalhou todas as desgraças sobre a humanidade, restando dentro dela somente a ilusória esperança. A caixinha de Pandora, que inaugura a série Pandora, de Drica Pinotti, retoma a mensagem de que o homem depende de sua própria inteligência para não ficar nas mãos do destino e de outras pessoas. Um aprendizado para toda a vida, contado a partir de uma descoberta adolescente, nessa instigante fase da busca pela identidade. Na história, uma nova aluna na turma que, em pouco tempo, seria qualificada como a mais popular, a mais bonita, rica, famosa e inteligente da escola poderia causar certo desequilíbrio na ordem do colégio e, mais tarde, na vida de Dora. Era Mariana Oliveira Castro, filha de uma popstar viciada em álcool e drogas, e enteada de um político acusado de corrupção, o que lhe conferia uma vida polêmica e atribulada. Simpática como não poderia deixar de ser - e uma tagarela nata -, Dora fez as "honras da casa"; acabou dividindo seus amigos, sua vida e o idolatrado MAIS, uma espécie de quase-futuro- namorado, com a nova amiga. Mas, com certa inveja e cansada de ter se tornado apenas "a amiga da Mariana Oliveira Castro", Dora decide se afastar. Para espairecer, nada mais adequado que passar um mês na casa dos avós, durante as férias de inverno, em um pequeno sítio no alto de uma montanha. Lá reencontraria, como em todos os anos, a cadelinha Cookie e as deliciosas sobremesas da avó. No sítio, a curiosidade leva Pandora e desvendar algo que a cadela caçava há dias, enterrado em um buraco no quintal: uma caixinha de madeira pequena e muito antiga, contendo objetos pessoais femininos e que sugeriam um misterioso sentido entre si. Entre eles, estava o diário de Cecília, que amava Joaquim, que amava Veridiana. A história, entrelaçada por conselhos ciganos, revelou-se como um verdadeiro guia - para o bem e para o mal - nesse momento sentimental de Dora. A partir da visão da "miss simpatia" criada por Drica Pinotti, o livro traz uma narrativa com sacadas inteligentes, sarcásticas e divertidas. Entre amores não correspondidos - e outros que se revelaram -, algumas crenças místicas e uma dose de sabedoria popular, tem início um turbilhão de emoções no encantado mundo de Pandora.