A partir de artigos de jornais escritos no final do século XIX - que retratam impressões do mundo natural no final do período colonial - e em artigos de jornais escritos a partir da década de 1970 - quando se iniciou o protesto que levou à transformação da mata em reserva ecológica - o presente livro apresenta uma análise da história da mata da fazenda Santa Genebra. Uma história não só marcada pela sua transformação ao longo do tempo até chegar na forma da paisagem como a conhecemos hoje, mas que também inclui a invenção e oficialização dessa floresta como reserva ecológica, cuja governabilidade foi e continua sendo empreendida pela formação discursiva científica. Uma formação discursiva que retira a necessidade de preservação da mata e que empreende estratégias para operacionalizá-la. Os pontos de discussão aqui tratam de como a ciência interfere na reconstrução do que se perdeu na paisagem, de como o conhecimento científico é aplicado para gerenciar o futuro dessas áreas e de como esse conhecimento determina o status de importância dessas áreas para a sociedade.