O mais fecundo dos dons vindo dos pais é o da falta que fazem, da impossibilidade e da recusa de tudo dar. É preciso que o filho tenha podido se apropriar no orgulho de uma fala que sugere: "Você agora recebeu tudo o que podia esperar de nós; nós o amamos para a vida como podíamos. Agora, vá embora com o que recebeu e para conquistar o que ainda lhe falta... E se não o obtiver, lembre-se de que poderá passar sem". Ou, em outras palavras: "Ainda lhe falta e sempre lhe faltará muito. Mais existem objetos que jamais serão trazidos pelos pais; só podem ser objetos de conquista. Vá conquistá-los! E, como nós mesmos, você não conseguirá totalmente. Essa falta é a condição humana e também a fonte do desejo em cada um".