No início da abertura democrática, nos anos 80, voltei ao Brasil. Encontrei um país diferente do que deixara, principalmente pela emergência de novos atores sociais, como o sindicalismo do ABC, o Partido dos Trabalhadores, as comunidades eclesiais de base etc. Meu entendimento foi que a Igreja Católica tinha tido um papel fundamental na oposição ao regime militar e na emergência dos movimentos sociais. Debrucei-me, então, sobre essa instituição no país. Nasceram dois ensaios desses estudos. No primeiro, Lula e o PT: da esperança ao feijão-com-arroz & outros escritos, descobri que o líder sindical era no imaginário um mito messiânico de caráter cristão. No segundo, O sujeito oculto do lulopetismo e dos movimentos sociais, apontei que a Teologia da Libertação, doutrina católica muito influente na América Latina, era a ideologia escondida na germinação do fenômeno político contemporâneo. [...]