Em 'Janela da Alma - cinejornal e Estado Novo...' o cinema é interpretado como um importante instrumento legitimador de um projeto autoritário posto para o Brasil dos anos de 1930 e 1940, pautado pela fantasmagoria do 'Todo Orgânico'. Durante a ditadura de Getúlio Vargas, temáticas como as festas cívicas de Primeiro de Maio, a industrialização e o trabalhador, e o atraso do campo, seguido da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial estiveram presentes nas telas do país por meio do Cine Jornal Brasileiro, filme de atualidades produzido pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Os cinejornais do DIP surgem, neste estudo, como um reduto da materialização de um discurso totalitário, significações que, reconhecidas como uma totalidade, ofereciam à multidão uma única imagem - o Estado Novo. Ao procurar compartilhar coletivamente esta imagem a propaganda estadonovista pretendia tornar o Estado Novo algo presente e familiar no cotidiano dos trabalhadores brasileiros urbanos.