A originalidade do teatro social de Fernando Fortes está na maneira com que expõe o absurdo das situações cotidianas. À sombra de diálogos irônicos, os argumentos refletem a crise, ora da família, ora do poder pelo exercício da ditadura, no desamparo de um casal de velhos, surpreendidos no lar pela revolução em andamento, ou na prisão vitalícia dos loucos no hospício, ante a insensibilidade do Estado e dos familiares, sempre expondo a fragilidade dos seres e instituições, em situações limites, à procura de uma saída.