Há quem diga que o Gip Gip Nheco Nheco foi o melhor que o Pasquim já publicou, como o jornalista Edson Aran, editor da Playboy. Com texto de Ivan Lessa e ilustrações principalmente de Redi, entre outros representantes do humor carioca, o material reúne aforismos da fase áurea do escritor auto-exilado na Inglaterra, considerado também um dos maiores cronistas brasileiros. O livro conta com 180 páginas e reúne frases lapidares que permanecem atuais, mesmo após duas décadas de sua publicação original. A uma certa altura, ficou decidido que o Caulos me ilustraria sempre. O Redi, no entanto, deu mais liga. A alta cúpula resolveu então que seríamos o Gordo e o Magro da última página do jornaleco, recorda-se Ivan Lessa sobre as parcerias com os ilustradores da coluna. O nome da seção surgiu a partir do xote Trepa no coqueiro, que diz em sua letra Oi, trepa no coqueiro, tira coco, Gipi-gipi, nheco-nheco, no coqueiro oi-li-rá!. Segundo Jaguar, amigo de Ivan desde os tempos de redação do mais anárquico dos jornais brasileiros, o escritor teria se entusiasmado com a sonoridade da expressão e resolveu adotá-la. Reunimos este material, formatamos para o lançamento em livro e pedi ao Ruy Castro um texto de apresentação. Cerca de 90% das ilustrações são de Redi, mas há também trabalhos feitos por mim, pelo Ziraldo, Henfil e outros, explica. Jaguar explica ainda que a coluna não seguia uma padrão fixo na temática. É impossível definir o que pautava a seção. Tinha de tudo lá: política, filosofia, cultura, sempre com o toque ácido do humor de Ivan. Jaguar também se recorda o fato de Ivan ser um profissional pontual, o que destoava dentro do espírito anárquico que reinava no jornal. Ele trabalhava lá full time e ria ao escrever a seção. Parecia até uma vingança contra toda a situação política que vivíamos.