Depois de duas décadas sem voltar para sua cidade de origem, o psicólogo Pedro retorna ao interior do Estado com a suposta finalidade de reatar alguns laços soltos e voltar a um passado que o acompanha. Como diferenciar as lembranças e memórias das invenções que sua imaginação cria? A narrativa dessa busca (estruturada em prólogo, episódios e epílogo, como as tragédias clássicas do Teatro Grego) fornece pistas para o leitor sobre qual a verdadeira razão de sua viagem, sua relação com a mãe e com o pai, seus avós paternos (que vieram da Itália fugindo da Segunda Guerra) e ainda divagações sobre como a psicanálise e algumas pseudociências (ironizadas por ele) explicam a formação de seu caráter e personalidade determinada, muito possivelmente, pela infância e outros momentos de sua criação. Através das metáforas do espelho e da revelação do negativo de uma fotografia, o narrador expõe as dúvidas e aflições que estão presentes na vida de Pedro: era como se estivesse vendo (...)