Em 2002, Fadime Sahindal foi assassinada pelo próprio pai. Filha de imigrantes curdos e radicada na Suécia havia mais de vinte anos, considerava-se cidadã sueca, mas sua família preservava a moral originária, inexorável sobretudo no que respeita ao comportamento feminino. A relação de Fadime com um homem sueco desencadeou um conflito entre duas culturas e fez a moça ser banida de sua comunidade. Sua recusa a submeter-se a esses ditames, aos olhos do pai, ultrajou a honra da família, que só poderia ser restaurada com a morte da transgressora. A autora examina em profundidade o conceito de honra em uma abordagem histórica e transcultural, concluindo que a culpa pelo assassinato não deve ser atribuída à religião da família de Fadime na verdade, crimes de honra ocorrem também entre pessoas de outras religiões e etnias mas, antes, ao modo como muitas culturas ligam a honra à violência.