Entramos no século XXI, empunhando a bandeira dos Direitos Humanos, em uma luta que foi deflagrada no século passado, por muitos e diferentes movimentos sociais e políticos. Essa bandeira se fez visível na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e em pactos internacionais, dos quais o Brasil é signatário, como, dentre outros, as Convenções para a eliminação de todas as formas de discriminação racial (1966), para a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher (1979) e contra a tortura e outros tratamentos e penas cruéis, desumanos ou degradantes (1984). Embora o direito à educação seja reconhecido e garantido pela lei, a escola ainda reflete as profundas desigualdades econômicas, sociais e culturais do contexto brasileiro e, se há de haver um projeto social para o fortalecimento e a expansão desse direito, ele só poderá se realizar através de uma forte articulação entre educação e cidadania. É por isso que argumentamos que a escola tem um papel extremamente importante na construção de uma cultura de promoção e garantia dos direitos humanos. Para compreender essa questão propomos iniciar por uma diferenciação entre os direitos humanos e os direitos de cidadania para, em seguida, traçar uma ponte entre eles e a escola. Assim, o presente livro cumpre integralmente a promessa de seu título - a defesa de uma cultura dos direitos humanos na escola. Os textos nos informam sobre os princípios, meios e fins para essa construção. A sua leitura contribui para a nossa formação como cidadãos, educandos e educadores. Principalmente, nos convoca a refletir sobre os direitos e sobre tudo o que, de humano, eles reinventam em nós!