Enquanto a classe futebolística se cala diante da neoliberalização do futebol contemporâneo, o passado nos mostra exemplos de jogadores bem posicionados dentro e fora dos gramados. Da Democracia Corinthiana de Sócrates ao nacionalismo catalão de Oleguer Presas, passando pelo artilheiro comunista do Livorno, Cristiano Lucarelli, o antirracismo de Lilian Thuram e tantos outros craques da bola e da palavra, Futebol à esquerda narra histórias de pequenos e grandes heróis que não se limitaram às quatro linhas, de pessoas apaixonadas pelo futebol e pela política. Milly Lacombe, no posfácio deste livro, é precisa ao destacar que “futebol e política não podem ser separados: são parte integrante de uma mesma substância, estão articulados de forma irremediável, nasceram em simbiose e assim seguirão”. A final do Mundial de Clubes de 2023, entre Manchester City e Fluminense, é exemplo disso.