Este é um livro excepcionalmente inteligente e sensível (ainda que meio doido) sobre as psicopatologias da vida cotidiana. Embora a obra não se concentre sobre as estruturas sociais da modernidade tardia que nos fazem sofrer de depressão, ataques de pânico e outros distúrbios psíquicos, ela oferece uma genuína investigação sociológica da doença mental. Este é, de fato, um importante estudo da alienação do self e do estranhamento do mundo. A combinação de conhecimento enciclopédico, estilo gracioso e, acima de tudo, um senso profundo de empatia para com aqueles aterrorizados pelo caos iminente, situa esse livro na grande tradição de Goffman, Garfinkel e Peter Berger. Com Goffman, o livro partilha um senso do absurdo; com Garfinkel, uma obsessão por detalhes; e com Berger, não apenas um bom senso de humor, mas também um profundo conhecimento da lógica teórica da sociologia. Dificilmente poderíamos imaginar um volume de abertura mais apropriado para a Biblioteca do Sociofilo na Annablume. FRÉDÉRIC VANDENBERGHE