O autor se escora, de início, no reexame dos teóricos protagonistas Mário Pedrosa e Ferreira Gullar, cujos aportes intelectuais são vasculhadosà luz das pulsões e dos interesses investidos nos embates de política cultural. A reconstituição das trajetórias de vida e trabalho dos artistas evidencia a trama de constrições origens de classe, cabedais culturais, experiências profissionais indispensáveis à exegese dos escritos e testemunhos de bravata autoral. O arremate da análise restitui o ambiente de elite em meio ao qual tomaram feição as iniciativas do mecenato carioca, exercido pelos magnatas da imprensa em parceria com luminares da inteligência letrada, no apogeu do frenesi desenvolvimentista. A pegada institucional esclarece as condições sociais de recrutamento e de iniciação dessa fornada de aprendizes do ofício artístico. [...]