Continuamos a pensar a técnica como um instrumento a nossa disposição, ao passo que ela se tornou o ambiente que nos cerca e nos constitui segundo as regras de racionalidade que, misturando-se os critérios da funcionalidade e da eficiência, não hesitam em subordinar as exigências do homem às exigências do aparato técnico. Sem saber, nos movemos ainda com as características típicas do homem, pré-tecnológico que agia em vista dos objetivos inscritos num horizonte de sentido, com um conjunto de ideias e sentimentos nos quais se reconhecia. Mas a técnica não tende a um objetivo, não promove um sentido, não abre o cenário de salvação, não redime, não revela a verdade: a técnica funciona.[...]