Nesta obra-prima da filosofia moral moderna, Kant estabelece, com vistas ao conceito de autonomia, os princípios da ação humana e critica as tentativas de fundamentação heterônima da moral. Comprova a existência da liberdade mediante o que chama de factum da RAZÃO, convertendo-a, a partir dele, em parâmetro crítico de todo o uso prático e mesmo teórico da RAZÃO. A presente EDIÇÃO bilíngue da CRÍTICA da RAZÃO PRÁTICA, diversamente da sua versão monolíngue publicada por esta editora em 2002, destaca-se pela vantagem, sem equivalente em qualquer outra língua, de fornecer o texto da primeira EDIÇÃO original alemã de 1788 ao lado da TRADUÇÃO, feita aqui diretamente sobre ela. Este auspicioso fato editorial propicia a todo leitor e estudioso o contato direto com o texto original, bem como o cotejo da TRADUÇÃO com uma fonte que é a principal e obrigatória referência de todas as demais edições, sobretudo alemãs, dessa segunda CRÍTICA de Kant. Pois, como se pode verificar a partir da opinião dos especialistas, mas sobretudo do exame de sua correspondência e inclusive de seu Handexemplar (exemplar de usos pessoal de Kant) da CRÍTICA da RAZÃO PRÁTICA, consultado pelo tradutor, Kant deteve-se na releitura e correção apenas de sua primeira EDIÇÃO. Ante a iminência da 4ª EDIÇÃO, de 1797, e instado por seu editor, propôs-lhe que reproduzisse nesta somente aquela EDIÇÃO original. O texto alemão da CRÍTICA da RAZÃO PRÁTICA, aqui editado e gentilmente fornecido em microfilme pela Biblioteca da Universidade de Münster, conta ainda com a peculiaridade de ter pertencido à princesa Amalia Fürstin von Gallitzin, ligada ao círculo de Kant. Ela possui em sua biblioteca as obras completas originais de Kant, mas apenas esse exemplar da CRÍTICA da RAZÃO PRÁTICA, que aqui se republica, teve boa-sorte de sobreviver e de, através da presente EDIÇÃO, perpetuar-se em nosso meio.