A tradução deste ensaio de Ricardo Forster delineia uma importante chave de reflexão sobre a identidade no que se convencionou chamar de tempos pós-modernos. A compreensão da figura ex-cêntrica do marrano o judeu convertido ao cristianismo que, ocultamente, mantém sua fé e sua prática religiosa assume, para o autor, uma espécie de paradigma altamente proveitoso no estudo das imposturas, simulações e deslocamentos da contemporaneidade, não só do marrano, no tempo histórico em que ele está inscrito, mas também do sujeito que, entre as dobras do discurso, agora é atravessado pela nova história, pela antropologia, pela filosofia e pela psicanálise.