Em 1981, Dona Ivone Lara lançou seu terceiro álbum solo, Sorriso negro, que representou uma grande virada em sua carreira. Com produção e direção artística do jornalista Sérgio Cabral e arranjos e regências de Rosinha de Valença, o disco conta com participações de grandes nomes como Maria Bethânia, Jorge Ben Jor e Jorge Aragão. Neste livro do disco, a jornalista e pesquisadora Mila Burns mostra como o álbum, com canções sobre liberdade, orgulho negro e empoderamento feminino, refletia as mudanças fundamentais que inundavam o Brasil nos anos finais da ditadura militar.“Dona Ivone Lara desenvolveu uma estratégia própria para superar os desafios de uma mulher negra no Brasil do século XX, que serviu de exemplo para as gerações seguintes. Sua forte presença de palco, suas famosas contramelodias e sua biografia incorporam, de várias formas, a resiliência das mulheres negras brasileiras diante de desafios múltiplos e intensos.