Um diplomata brasileiro recém-chegado à China é enviado à vizinha Mongólia em busca de um jovem fotógrafo desaparecido um ano antes. Bernardo Carvalho compõe uma narrativa de ficção ambientada num país sem memória e explora temas como a dificuldade dO romance "Mongólia" estrutura-se como um "diálogo" entre o diário de um fotógrafo desaparecido nos montes Altai e as anotações do diplomata brasileiro encarregado de encontrá-lo. A narrativa apresenta experiências marcadas pelo contato do olhar estrangeiro com a cultura de um país desconhecido. Os protagonistas se vêem diante de um povo que exercita o misticismo como quem descobre a liberdade depois de setenta anos sob o jugo de uma ditadura comunista. Na Mongólia, a imaginação, antes cerceada, agora ocupa o lugar da memória que se perdeu pelo uso da força. Desconfiados e iludidos, os mongóis misturam a percepção da realidade com o desejo e a imaginação, assombrados por histórias cuja veracidade só podem provar com a própria perdição.